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quarta-feira, 9 de março de 2011

Palavra do Pr. Gustavo Bessa

 Oi gente, aqui é o Gustavo.

Há alguns dias, voltamos para Dallas. Tempo de aprendizado e crescimento em todas as áreas da vida. Diferentemente da Ana, sou mais introvertido e calado. Gosto do silêncio e de estar sozinho. Prefiro os retiros aos eventos; o silêncio, ao barulho; as montanhas, às plataformas; os desertos, às festas. Alimento a  minha espiritualidade no retiro, no silêncio, na quietude e na solidão. Agora, por exemplo, são duas horas da manhã. Vim para o escritório a fim de estar a sós com Deus no silêncio da noite do Texas. Mas enquanto do lado de fora reina o silêncio, do lado de dentro, o meu coração continua cheio de palavras, lembranças, perguntas e pensamentos. Nem sempre é fácil aquietar a alma e silenciar o coração… E muitas vezes, o esforço  é em vão. O coração quer falar, gritar, pensar, redirecionar a vida e chamar a nossa atenção para outros valores, outrora esquecidos, deixados dentro da gaveta da nossa alma.

Aqui em Dallas vivemos o ordinário, o comum, o corriqueiro da vida humana. Não existem grandes decisões a serem tomadas, sermões a serem preparados, cultos onde iremos cantar ou pregar, reuniões e mais reuniões para decidir alguma questão “importante.” Existe, pelo contrário, uma criança de 1 ano que precisa que alguém lhe troque a fralda suja de coco (às vezes, 6 vezes por dia!), um menino de 4 anos que deseja brincar e entrou na fase dos porquês (“Pai, por que eu tenho que entrar no carro? Por que eu tenho que sair do carro? Por que eu tenho que comer agora? Por que eu não posso comer chocolate no almoço? E mais outros 502 porquês em um único dia!); existe também uma cozinha que precisa ser arrumada, louças que devem ser lavadas, roupa suja para ser colocada na máquina, contas que precisam ser pagas, horas dirigindo pelas rodovias de Dallas e uma rotina diária totalmente ordinária!

Percebo, hoje, que é mais fácil alimentar a minha espiritualidade no meio do (vou chamar de) extraordinário, a saber: na intensidade da vida ministerial, nas atividades da igreja, nos – às vezes – extenuantes trabalhos diários, nas imensas pressões por causa das decisões urgentes, e, então, nos retiros, nos jejuns, nos momentos diários de solitude, nos períodos dedicados à meditação nas Escrituras. (De alguma maneira, todas essas atividades pareciam me encher de significado e me levavam a algum senso de importância. Sentia-me importante quando me reunia com outros para tomar uma decisão urgente, ou quando pregava no culto, ou aconselhava uma pessoa, ou instruía algum irmão, ou preparava-me em períodos de oração e jejum. A espiritualidade parecia alimentar-se muitas vezes desse extraordinário, da vida intensa, das coisas novas, dos desafios, dos projetos, das realizações e da expectativa daquilo que aconteceria no dia seguinte.)

A espiritualidade do ordinário, por outro lado, se desenvolve nos lugares comuns e na rotina diária. Ela nos convida a sondar o coração e a nos encontrarmos com Deus na cozinha, lavando louça; na sabedoria e mansidão, ao respondermos aos 502 porquês do filho de 4 anos;  no serviço (longe dos olhos da multidão), quando trocamos a sexta fralda suja de coco; na paciência, quando somos constantemente interrompidos naquilo que estamos fazendo. A espiritualidade ordinária nos leva da cozinha ao quarto; do quarto ao banheiro; do banheiro ao supermercado; dos púlpitos à sala de estar; das plataformas à lavanderia; dos encontros com pessoas públicas aos encontros com a nossa esposa e filhos pequenos; dos lugares onde todos nos vêem aos lugares onde apenas Deus nos vê.

fonte blog da Ana

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Uma palavra de comunhão com Deus - Paul Washer


Cantares de Salomão capítulo 5 verso 2. Esta jovem noiva de Israel está a dormir. “Eu dormia, mas o meu coração velava; e eis a voz do meu amado que está batendo: abre-me, minha irmã, meu amor, pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos das gotas da noite.”
Ela dormia e o seu amado apareceu. Vamos recriar isto por um momento...
Lembras-te quando pela primeira viste a tua mulher? Lembras-te disso e tens... sentiste-te algo estranho? Talvez tenhas visto estrelas. O teu coração bateu depressa quando ela olhou para ti. Farias qualquer coisa para a ver. Arranjavas qualquer razão para ir lá visitá-la. Se fosse preciso até cortavas a relva do jardim do pai dela. Farias qualquer coisa só para... se o telefone tocava o teu coração saltava.
Depois casam-se, e ela vem ter contigo à noite e diz, “Querido...”
E tu, “Que é que foi?”
Algo mudou, não? Se mudou, estás em pecado.
Não te apercebeste disso pois não? Não é triste quando o amor se torna banal? Eu odeio isso. Odeio.
Apenas como uma nota de rodapé... vocês sabem, todos querem ser aquele grande homem de Deus. Eu só quero acabar a minha vida a amar a minha mulher como é suposto que ame. Imagino que se conseguir fazer isso, consigo qualquer coisa.
Mas o amor, quando se torna banal, é tão errado. É tão errado.
Lembram-se de quando creram pela primeira vez? Bem, vamos continuar.
Diz, “Eu dormia, mas o meu coração velava; e eis a voz do meu amado que está batendo: abre-me, minha irmã, meu amor, pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos das gotas da noite.”
Agora vejam a resposta dela. Quando ela viu este homem, faria qualquer coisa para estar com ele. Era capaz de pôr um cesto na cabeça e andar pelo mercado o dia todo, na esperança de encontrá-lo.
Mas agora que ela o conhece, agora que o amor se tornou banal, olhem o que ela diz:
“Já despi a minha roupa, como a tornarei a vestir? Já lavei os meus pés, como os tornarei a sujar?” Estou cansada. Já tirei a roupa e os sapatos. Estou na cama. Esperas mesmo que faça isso tudo agora só para te abrir a porta?
Lembram-se de quando eram cristãos há pouco tempo? Lembras-te? Estudavas a Bíblia na esperança de ouvir algo de Deus. Oravas, esperavas que Ele partilhasse algo contigo. E se não partilhasse, inventavas outra desculpa só para te sentires bem, porque só querias estar com Ele. Querias conhecê-lO. Onde quer que fosses, tudo o que podias pensar era sobre Ele.
Mas agora és maduro. Agora és um cristão forte. Agora Ele vem de noite e diz, “Passa tempo Comigo.” “Senhor, estou cansado. Estive a ministrar. Senhor, trabalhei o dia todo. Há coisas a fazer.”
Lembras-te quando apuravas o ouvido, à espera de ouvir uma palavra dEle?
Agora Ele fala bem alto: “Vem, anda embora Comigo,” e tu finges que Ele não está a falar.
Uma vida cristã não é ministério. A vida cristã não é cumprir regras.
A vida cristã nem é apenas avivamento. A vida cristã é comunhão com Ele. E é isto que precisas mais do que tudo. É o que preciso mais do que tudo. É comunhão com Cristo, sentar, quieto, estar ali aos Seus pés, estudar a Sua Palavra, orar, buscar a Sua face. Uma das coisas que me levou a saber que realmente tinha que casar com a mulher que casei, foi perceber que me podia sentar ao lado dela sem fazer absolutamente mais nada, e isso era melhor do que fazer alguma coisa sem ela.
Quando foi a última vez que te sentaste em silêncio diante de Deus? Com grande pensamentos sobre Deus? A dizer-Lhe coisas ternas? Ouvir, deleitar-se, elevar-se,...? Sabem que a maioria das pessoas diz, “Irmão Paul, não consigo orar muito”?
E, depois de lhes falar sobre as suas vidas de oração, percebo porque não conseguem. Porque reduzem a oração apenas à intercessão. E é por isso que não conseguem orar.
Meu querido amigo, deixa-me dizer uma coisa. Achas que orar é difícil? Intercessão é difícil. É uma tarefa que fazemos com as botas calçadas. E se a tua vida de oração é só intercessão, não vais orar muito porque isso é ministério. É difícil interceder pelas pessoas, pelas nações, pelo reino, “estar na brecha”. É difícil. Mas não é o todo, na vida de oração.
Oração é acções de graças. É buscar, é lembrar, pensar no dia que passou, tentar ter certeza que nada te passou ao lado, mas dar graças a Deus por todas as coisas.
É confissão. Confissão é maravilhosa. Maravilhosa.
Robert Murray McCheyne disse isto... Disse, “Quando entramos na banheira, não lavamos por partes. Lavamos o todo. É o mesmo com a confissão.”
Alguns de vocês, agora mesmo... a vossa consciência está pesada. Não se sentem limpos. Não se sentem livres. Sentem-se sujos. Quando te começas a sentir assim, sabes qual é o problema? Precisas sentar-te, ouvir, ler a Palavra, clamar a Deus para examinar o teu coração. E tudo o que Ele traz à tua mente que é pecado, precisas confessar, confessar, confessar, e ficar ali até estares limpo. Isto é confissão.
Mas, mais do que tudo, é comunhão. Comunhão. Sentar-se no escuro, meditar num texto e pensar grandes coisas sobre Deus. Esse é o teu prazer, é a tua herança. Esse é o teu direito à nascença, para que O possas “conhecer “e a Jesus Cristo, que Ele enviou”.
Então, a primeira coisa que queria partilhar convosco é que uma das tuas grandes necessidades, e minha também, é ter constantemente prazer no Senhor, constantemente ir para longe com Ele, calar-se perante Deus.
Vais fazer isso? Vais obedecer? Arrependeste-te? Vais te arrepender? Vais obedecer e começar a buscar o teu Deus?