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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Uma palavra de comunhão com Deus - Paul Washer


Cantares de Salomão capítulo 5 verso 2. Esta jovem noiva de Israel está a dormir. “Eu dormia, mas o meu coração velava; e eis a voz do meu amado que está batendo: abre-me, minha irmã, meu amor, pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos das gotas da noite.”
Ela dormia e o seu amado apareceu. Vamos recriar isto por um momento...
Lembras-te quando pela primeira viste a tua mulher? Lembras-te disso e tens... sentiste-te algo estranho? Talvez tenhas visto estrelas. O teu coração bateu depressa quando ela olhou para ti. Farias qualquer coisa para a ver. Arranjavas qualquer razão para ir lá visitá-la. Se fosse preciso até cortavas a relva do jardim do pai dela. Farias qualquer coisa só para... se o telefone tocava o teu coração saltava.
Depois casam-se, e ela vem ter contigo à noite e diz, “Querido...”
E tu, “Que é que foi?”
Algo mudou, não? Se mudou, estás em pecado.
Não te apercebeste disso pois não? Não é triste quando o amor se torna banal? Eu odeio isso. Odeio.
Apenas como uma nota de rodapé... vocês sabem, todos querem ser aquele grande homem de Deus. Eu só quero acabar a minha vida a amar a minha mulher como é suposto que ame. Imagino que se conseguir fazer isso, consigo qualquer coisa.
Mas o amor, quando se torna banal, é tão errado. É tão errado.
Lembram-se de quando creram pela primeira vez? Bem, vamos continuar.
Diz, “Eu dormia, mas o meu coração velava; e eis a voz do meu amado que está batendo: abre-me, minha irmã, meu amor, pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos das gotas da noite.”
Agora vejam a resposta dela. Quando ela viu este homem, faria qualquer coisa para estar com ele. Era capaz de pôr um cesto na cabeça e andar pelo mercado o dia todo, na esperança de encontrá-lo.
Mas agora que ela o conhece, agora que o amor se tornou banal, olhem o que ela diz:
“Já despi a minha roupa, como a tornarei a vestir? Já lavei os meus pés, como os tornarei a sujar?” Estou cansada. Já tirei a roupa e os sapatos. Estou na cama. Esperas mesmo que faça isso tudo agora só para te abrir a porta?
Lembram-se de quando eram cristãos há pouco tempo? Lembras-te? Estudavas a Bíblia na esperança de ouvir algo de Deus. Oravas, esperavas que Ele partilhasse algo contigo. E se não partilhasse, inventavas outra desculpa só para te sentires bem, porque só querias estar com Ele. Querias conhecê-lO. Onde quer que fosses, tudo o que podias pensar era sobre Ele.
Mas agora és maduro. Agora és um cristão forte. Agora Ele vem de noite e diz, “Passa tempo Comigo.” “Senhor, estou cansado. Estive a ministrar. Senhor, trabalhei o dia todo. Há coisas a fazer.”
Lembras-te quando apuravas o ouvido, à espera de ouvir uma palavra dEle?
Agora Ele fala bem alto: “Vem, anda embora Comigo,” e tu finges que Ele não está a falar.
Uma vida cristã não é ministério. A vida cristã não é cumprir regras.
A vida cristã nem é apenas avivamento. A vida cristã é comunhão com Ele. E é isto que precisas mais do que tudo. É o que preciso mais do que tudo. É comunhão com Cristo, sentar, quieto, estar ali aos Seus pés, estudar a Sua Palavra, orar, buscar a Sua face. Uma das coisas que me levou a saber que realmente tinha que casar com a mulher que casei, foi perceber que me podia sentar ao lado dela sem fazer absolutamente mais nada, e isso era melhor do que fazer alguma coisa sem ela.
Quando foi a última vez que te sentaste em silêncio diante de Deus? Com grande pensamentos sobre Deus? A dizer-Lhe coisas ternas? Ouvir, deleitar-se, elevar-se,...? Sabem que a maioria das pessoas diz, “Irmão Paul, não consigo orar muito”?
E, depois de lhes falar sobre as suas vidas de oração, percebo porque não conseguem. Porque reduzem a oração apenas à intercessão. E é por isso que não conseguem orar.
Meu querido amigo, deixa-me dizer uma coisa. Achas que orar é difícil? Intercessão é difícil. É uma tarefa que fazemos com as botas calçadas. E se a tua vida de oração é só intercessão, não vais orar muito porque isso é ministério. É difícil interceder pelas pessoas, pelas nações, pelo reino, “estar na brecha”. É difícil. Mas não é o todo, na vida de oração.
Oração é acções de graças. É buscar, é lembrar, pensar no dia que passou, tentar ter certeza que nada te passou ao lado, mas dar graças a Deus por todas as coisas.
É confissão. Confissão é maravilhosa. Maravilhosa.
Robert Murray McCheyne disse isto... Disse, “Quando entramos na banheira, não lavamos por partes. Lavamos o todo. É o mesmo com a confissão.”
Alguns de vocês, agora mesmo... a vossa consciência está pesada. Não se sentem limpos. Não se sentem livres. Sentem-se sujos. Quando te começas a sentir assim, sabes qual é o problema? Precisas sentar-te, ouvir, ler a Palavra, clamar a Deus para examinar o teu coração. E tudo o que Ele traz à tua mente que é pecado, precisas confessar, confessar, confessar, e ficar ali até estares limpo. Isto é confissão.
Mas, mais do que tudo, é comunhão. Comunhão. Sentar-se no escuro, meditar num texto e pensar grandes coisas sobre Deus. Esse é o teu prazer, é a tua herança. Esse é o teu direito à nascença, para que O possas “conhecer “e a Jesus Cristo, que Ele enviou”.
Então, a primeira coisa que queria partilhar convosco é que uma das tuas grandes necessidades, e minha também, é ter constantemente prazer no Senhor, constantemente ir para longe com Ele, calar-se perante Deus.
Vais fazer isso? Vais obedecer? Arrependeste-te? Vais te arrepender? Vais obedecer e começar a buscar o teu Deus?

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